Pesquisadores, manejadores e técnicos de instituições governamentais e da sociedade civil participaram do encontro “Troca de Experiências e Reflexões sobre Manejo Madeireiro Comunitário em áreas Protegidas na Amazônia” para discutir os benefícios, desafios e lições aprendidas com projetos comunitários de manejo madeireiro em áreas protegidas da Amazônia. O evento foi realizado entre os dias 27 e 28 de junho no Centro de Treinamento da Embrapa Acre.
A troca de experiências e reflexões sobre o tema teve como base relatos de lideranças comunitárias das reservas extrativistas Chico Mendes (AC), Verde Para Sempre (PA), Mapuá (PA), Ituxi (AM) e Grupo de Trabalho do Manejo Florestal Comunitário do Marajó (PA) e dos Projetos de Assentamentos Agroextrativistas Chico Mendes e Equador. A interação entre diferentes atores buscou melhorar a compreensão das diversas abordagens para o manejo comunitário e fortalecer redes de comunicação entre o público envolvido na atividade em toda a região amazônica.
De acordo com o chefe geral da Embrapa Acre, Eufran Amaral, o manejo florestal comunitário avançou muito nos últimos anos, mas os manejadores ainda enfrentam problemas de governança e lacunas tecnólogicas que precisam ser discutidos e aprimorados. “Só conseguiremos manter a floresta Amazônica em pé através de sua valorização e da melhoria de qualidade de vida das populações. Em conjunto, podemos encontrar caminhos para organizar a cadeia, de forma que traga maiores benefícios para as comunidades envolvidas com a atividade”, comenta.
Para o presidente da Associação Wilson Pinheiro II e morador da Reserva Extrativista Chico Mendes, Severino da Silva Brito, conhecer os desafios e o sucesso de outras comunidades da Amazônia com o manejo florestal madereiro vai ajudar na tomada de decisões. “Nossa comunidade está discutindo um plano de manejo de baixo impacto, sem o uso de máquinas pesadas para não causar danos a outras atvidades que realizamos na floresta. Vi que no Pará, os manejadores enfrentam dificuldades com relação ao escoamento da madeira feito pelo rio e a distância para mobilizar a comunidade é bem maior que a nossa, mas com tudo isso a iniciativa tem dado certo. Isso é incentivo para nós que já temos estrada disponível e podemos mobilizar a comunidade em um tempo bem menor”, comenta.
O evento foi promovido pelo Programa de Conservação e Desenvolvimento nos Trópicos da Universidade da Flórida e pelas unidades da Embrapa do Acre e Rondônia e conta com o apoio do Governo do Estado do Acre, WWF/AC, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério Público Estadual e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Fonte: Agrolink