As commodities enfrentam uma baixa generalizada nesta sexta-feira (31) nas bolsas internacionais, com os grãos na Bolsa de Chicago liderando as perdas entre as agrícolas. Perto de 9h30 (horário de Brasília), os futuros do milho e do trigo recuavam quase 2% na CBOT, com o março sendo cotado, respectivamente, a US$ 4,81 e 5,55 por bushel. O movimento ajudava a pressionar também a soja, que tinha baixa de 0,6%, para US$ 10,37 também no março.
Na bolsa de Nova York, as soft commodities também operavam no vermelho, com o café realizando lucros, perdendo mais de 1% e levando as demais na carona. Também em Nova York e em Londres, os futuros do petróleo recuavam, tanto no WTI, quanto no brent.
Efeito Trump: tarifas impactam os mercados agrícolas
As políticas tarifárias de Donald Trump começam a ganhar mais corpo e vão impactando os mercados de forma gera, em especial os grãos neste final de semana. O presidente americano afirmou na noite desta quinta-feira (30) que taxará o México e o Canadá em 25% e o milho deve ser um dos setores mais afetados, já que os mexicanos são um dos maiores compradores do grão norte-americano.
Além disso, os traders continuam a especular sobre como se desenvolverão as relações entre Estados Unidos e China e como serão, principalmente, os desdobramentos para o comércio da soja. Os chineses, principalmente as estatais, intensificaram suas compras da oleaginosa americana antes da posse de Trump, e agora a demanda da nação asiática está concentrada no Brasil.
A chegada da nova oferta brasileira enfrenta atrasos no momento. O excesso de chuvas compromete os trabalhos de colheita em algumas regiões, principalmente no Mato Grosso. Mesmo assim, o interesse chinês pela compra segue forte. A demanda do país asiático está se adaptando ao cenário e permanece firme. Além disso, a China está bem abastecida pelo menos para o próximo mês. E este acaba sendo, inevitavelmente, mais um fator de pressão sobre as cotações da soja na CBOT.
Exportações fracas, Ano Novo Lunar e dólar pressionam commodities
Ontem, os números das vendas semanais para exportação da commodity dos EUA vieram abaixo das expectativas do mercado, já sinalizando essa migração da demanda.
Embora a China esteja sempre no foco do mercado, sua ausência de novos negócios nesta semana tem impacto significativo. O motivo é a celebração do Ano Novo Lunar, que começou em 29 de janeiro. A pausa nas negociações chinesas também pesa sobre o mercado de commodities de forma geral.
Os mercados sentem também a pressão de uma nova alta do dólar no cenário externo. Nesta manhã de sexta-feira, o índice tinha alta de 0,4%, retomando o patamar dos 108 pontos. “Com as tarifas, o dólar sobe contra as moedas de países e emergentes”, explica a equipe da Agrinvest Commodities. No Brasil, porém, o dólar cede mais uma vez e, perto de 10h10 (Brasília), perdia 0,3% para R$ 5,85.
Fonte: Carla Mendes | Notícias Agrícolas