Preocupada com o uso excessivo de agrotóxicos em algumas culturas, apontado por análises feitas na Ceasa de Porto Alegre e divulgadas há poucos meses, o Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul teve a iniciativa de convidar extensionistas da região e técnicos da Prefeitura de Caxias do Sul, bem como consultores de vendas de lojas de insumos, para discutir sobre a racionalização do uso de produtos químicos na viticultura, visando à produção segura do alimento e à sustentabilidade da atividade, que ocupa 40 mil hectares na Serra. O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira (20/04), no auditório da Ceasa, em Caxias do Sul.
?Com essa atividade estamos quebrando paradigmas, pois sabemos que o comércio e a Extensão Rural têm visões diferentes e filosofias de trabalho distintas. A intenção é discutir o assunto e reduzir a distância no modo de trabalhar com as famílias rurais produtoras de uva, que são público de ambos?, destacou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini.
A discussão foi conduzida pelo agrônomo, que tratou dos principais agroquímicos utilizados, sua classificação, composição, tipos de formulações, período de carência, período residual e fitotoxicidade, entre outros. De acordo com Todeschini, em 2015 havia 129 fungicidas registrados no Mapa para uso na viticultura. Ele também abordou o comportamento das variedades de uvas aos tratamentos fitossanitários, como a Bordô e suas derivadas, por exemplo, que são sensíveis ao enxofre presente na maioria dos aqroquímicos, e lembrou que o uso mais racional dos produtos químicos depende ainda das condições climáticas, das fontes de inóculos existentes nos parreirais e da tecnologia de aplicação utilizada, entre outros fatores.
O mesmo tema foi discutido na manhã de quarta-feira (19/04) em Nova Pádua e, nos próximos dois meses, outros eventos acontecerão em municípios da região.
Fonte: Agrolink