A semeadura da safra de verão 2024/25 no Brasil avançou para 16,2% da área nacional na última semana, segundo a Grão Direto. Esse índice, no entanto, é inferior aos 18,3% registrados no mesmo período em 2023, segundo dados da Conab. O destaque positivo foi o progresso observado no Sul do país, onde o ritmo de plantio superou outras regiões.
As exportações brasileiras de milho caíram 28% em relação ao ano passado, totalizando menos de 7 milhões de toneladas até agora.
Desafios para a safrinha 2025
Quanto às previsões para esta semana, a análise aponta desafios para a safrinha 2025. Regiões como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, que já haviam iniciado o plantio da soja nesta época em 2023, ainda não apresentam condições ideais de plantio para este ano, o que tem gerado preocupações entre os produtores. Apenas os estados do Sul iniciaram o plantio até agora, conforme os dados mais recentes.
A incerteza no ritmo de semeadura da soja pode reduzir a área da segunda safra de milho, pressionando os preços do cereal.
Exportações de milho em baixa
De acordo com a análise semanal, o ritmo das exportações de milho brasileiro também apresenta tendência de queda. Segundo a Secex, entre janeiro e agosto de 2023, houve uma queda de cerca de 40% nas exportações. Apesar dessa desaceleração, ao comparar com a média dos últimos cinco anos, o cenário não parece tão alarmante. O Brasil exportou 17,95 milhões de toneladas, pouco acima da média histórica de 17,70 milhões de toneladas.
Um dos principais fatores para essa redução nas exportações foi, sem dúvida, a diminuição de 60% nas compras da China em relação ao ano anterior. Além disso, esse fato representa um contraste significativo com o chamado “Ano Dourado” de 2022, quando as exportações foram recordes.
Mercado interno e preço do milho
No mercado interno, os preços do milho tendem a continuar em alta, com possibilidade de atingir a marca dos R$ 70,00 na B3, refletindo a expectativa de uma menor área plantada. Em Chicago, o milho registrou uma semana positiva, superando a barreira dos US$ 4.00 por bushel. Se essa tendência for mantida, os preços podem testar os patamares de US$ 4.27 e US$ 4.40. No entanto, com a colheita americana pressionando o mercado, é possível que os preços recuem, com suportes nos níveis de US$ 4.08, US$ 4.00 e, em caso de perda, US$ 3.90.
Especuladores e contratos futuros
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) relatou uma leve diminuição na pressão vendedora, com a redução de 2,1 mil contratos de posições líquidas de especuladores, que passaram de -66,3 mil para -64,2 mil contratos. Esse movimento pode indicar uma recuperação gradual no mercado de milho.
Fonte: Seane Lennon | Agrolink