A CNA recebeu, na segunda-feira (29), representantes da União Europeia (UE) para discutir o andamento das negociações do acordo com o Mercosul e a legislação antidesmatamento europeia.
O vice-presidente de Relações Internacionais, Gedeão Pereira, e a diretora da área, Sueme Mori, reuniram-se com Paolo Garzotti e Inmaculada Monteiro, da Direção-Geral do Comércio (DG Trade), e Damian lluna, da delegação da UE no Brasil.
O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, juntamente com o coordenador de Inteligência Comercial e Defesa de Interesses, Felipe Spaniol, também participaram da reunião.
Por sua vez, Sueme Mori falou sobre o trabalho da CNA e explicou que a Confederação tem acompanhado as negociações com o bloco europeu desde o início. Ela é favorável ao texto que foi acordado em 2019, o qual prevê a ampliação do acesso de produtos do agro brasileiro ao mercado europeu.
No entanto, a diretora ressaltou a preocupação dos produtores rurais do Brasil com a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), e outra regulações europeias, que possam impactar negativamente as exportações brasileiras de produtos agropecuários ao bloco europeu.
“O mercado brasileiro está preocupado com a lei porque pode fechar portas para os produtos do agro. A CNA é a favor do Acordo desde que haja um mecanismo de reequilíbrio de concessões, que garanta a renegociação dos termos, caso a UE adote medidas, como a EUDR, que prejudiquem o acesso dos produtos brasileiros, conforme previsto no Acordo.”
Acordo ambiental busca equilíbrio entre exportação e sustentabilidade
Paolo Garzotti explicou que o Acordo é “muito político” e que as discussões com os governos estão avançando. O grupo está visitando todos os países da América do Sul para conversar com os governos e com os setores privados.
Ele disse que europeus buscam políticas ambientais fortes sem impedir exportações, devido à dependência de importações agrícolas. “A Comissão quer ouvir todas as partes e já percebemos o problema. Somos leais à legislação, mas sensíveis às preocupações brasileiras.”
O grupo também discutiu o estabelecimento do risco país, que vai criar uma classificação de risco dos países do Mercosul em relação as áreas desmatadas.
Sueme Mori destaca que a classificação discrimina países e que produtores rurais brasileiros já enfrentam cobranças ambientais em contratos de exportação. Portanto, ela defende que a União Europeia diferencie desmatamento legal do ilegal e agilize a implementação da lei, respeitando a agropecuária.
Fonte: Datagro