De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, as chuvas deverão se estender um pouco mais na faixa central do Brasil, entre os dias 15 e 25 de abril, muito embora os volumes previstos para a segunda metade do mês devam ser bastante irregulares.
O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos afirma que chuvas ocorreram ontem no oeste e norte do Paraná, bem como no sul de Mato Grosso do Sul, mas de forma muito irregular, após a passagem de uma frente fria que já está situada na região centro e norte do Brasil. Chuvas escassas no Sul, norte da Argentina, Paraguai, Mato Grosso do Sul e São Paulo até quinta-feira. Nova frente fria se aproxima. Irregularidade das chuvas no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul ameaça a safrinha de milho, alerta Marco.
Previsões de chuvas afetam agricultura brasileira
Marco comenta que nas regiões mais norte, como partes de Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, a metade norte do Mato Grosso, Goiás, o Cerrado Mineiro, bem como o Matopiba devem continuar com muitas chuvas ao longo da semana, o que de certo modo atrapalha a realização de tratos culturais e a colheita da soja, podendo trazer algum risco para a safrinha de milho também.
No dia 7 uma nova frente fria deve ingressar no Brasil, levando chuvas ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Mas os volumes seguirão irregulares pelo fato da temperatura do Oceano Atlântico estar na fria na altura da Região Sul e de São Paulo. Chuvas irregulares em abril afetam a colheita de cana e café. Ausência ou excesso de precipitação podem causar problemas.
Ao longo de maio, a tendência é de que as chuvas parem de ocorrer na faixa central do Brasil, ficando mais concentradas na Região Sul. Tal condição deve favorecer o plantio de inverno, principalmente no Paraná, porém prejudicial às colheitas de soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O El Niño enfraquecido favorece a entrada de ar frio no Brasil, mas não há riscos iminentes de geadas até agora, segundo Marco.
EUA
Para os Estados Unidos, Marco comenta que a previsão é de chuvas maiores em algumas semanas nos meses de abril e maio nas regiões produtoras, o que pode prejudicar o andamento do plantio de milho em um ritmo mais rápido como normalmente acontece. Ele afirma que se o produtor não conseguir cumprir a janela de cultivo de milho ele poderá ampliar ainda mais a área cultivada de soja.
Ele chama a atenção, porém de que se o clima indicar uma La Niña mais intensa nos meses de maio e junho, algo que normalmente não acontece, poderia haver um clima um pouco mais seco para o período entre o final de julho e agosto, o que poderia trazer alguma apreensão para as lavouras, já que esses são meses essenciais para a definição da safra.
Marco acrescenta, por enquanto, que a expectativa é de que os Estados Unidos possam colher uma safra dentro da normalidade.
Fonte: Arno Baasch | Safras & Mercado