O Brasil destaca-se como um importante produtor e exportador de carnes no mundo, sobressaindo-se nos setores de aves, bovinos e suínos. Para manter esse desempenho notável, existem mais de 2.500 frigoríficos no país, contribuindo significativamente para a produção. As perspectivas para o futuro são bastante positivas, visto que a demanda externa, responsável por grande parte desse crescimento, está atrelada ao aumento populacional em países em desenvolvimento. Espera-se que a demanda global por proteína animal cresça nas próximas décadas. Como em qualquer processo produtivo, o abate gera resíduos, levando à produção anual de mais de 13 milhões de toneladas de resíduos por esses frigoríficos no Brasil.
A reciclagem animal desempenha um papel fundamental na gestão sustentável desses resíduos, transformando subprodutos em insumos valiosos para diversos setores. A Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), em parceria com a Aboissa, representa e defende os interesses desse setor, esclarecendo mitos e promovendo sua importância para a economia, o meio ambiente e a sociedade.
Contrapondo a percepção de informalidade, a reciclagem animal no Brasil evoluiu significativamente, com a adoção de tecnologias avançadas que permitem operações eficientes e a minimização de impactos ambientais, como a emissão de odores desagradáveis e o tratamento de efluentes.
Sustentabilidade e inovação para além do mito
Essa indústria surgiu como uma solução sustentável para o aproveitamento de resíduos de abate, evitando seu descarte inadequado e o consequente desperdício de potencial.
O processo produz itens essenciais para setores como o de higiene e limpeza, combustíveis, industrial (incluindo plásticos e borrachas), nutrição animal, têxtil e até farmacêutico.
Existe um grande desconhecimento sobre a composição de produtos destinados à alimentação de pets, com muitos acreditando erroneamente que são completamente vegetais, ignorando a necessidade biológica de proteínas de origem animal. Caio Torres, especialista em reciclagem animal, explica: a reciclagem é decorrente do abate, não um estímulo a ele. A indústria existe devido à demanda por consumo de carne, permitindo um aproveitamento completo dos recursos e reduzindo o desperdício.
A reciclagem animal é uma força econômica significativa, gerando empregos e contribuindo para a sustentabilidade ambiental, evitando emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a limpeza urbana pela redução da necessidade de aterros sanitários e promovendo a sustentabilidade hídrica ao recuperar água durante o processo de reciclagem.
A importante missão da ABRA x Aboissa na reciclagem animal
A ABRA também enfrenta desafios de percepção e identidade, trabalhando para educar tanto o público quanto os profissionais do setor agropecuário sobre o valor e a importância da reciclagem animal. A associação esclarece que a reciclagem animal é uma atividade que contribui significativamente para a economia circular na pecuária, fornecendo insumos essenciais para a produção de ração, entre outros usos.
A importância cada vez mais significativa da sustentabilidade torna a reciclagem animal como um elemento vital da cadeia de produção de carnes com os benefícios socioambientais, tanto no Brasil quanto no resto do Mundo. Um exemplo do aumento desta importância é o surgimento de demandas de novos mercados. Desde 2022 notamos o surgimento da demanda por gorduras proveniente do setor de biocombustível dos EUA e da Europa para a fabricação de SAF e HVO. Hoje, esta demanda é responsável por quase 100% de toda exportação brasileira de gorduras e por quase 30% da produção local.
Ao esclarecer e destacar todos estes pontos que contribuem diretamente para a sustentabilidade, a ABRA e o setor de reciclagem animal buscam não apenas melhorar sua imagem, mas também assegurar o reconhecimento de sua contribuição indispensável para um futuro mais sustentável.
Caso queira entender mais sobre esse setor e suas oportunidades, entre em contato com nossos especialistas.