A produção peruana de biodiesel deve atingir 215 milhões de litros este ano, de acordo com o relatório “Peru: Biofuels Annual” do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Esse total representa um aumento de 2% em relação aos volumes de biodiesel do ano anterior, conforme indicado no relatório de 21 de novembro da Rede Global de Informações Agrícolas do Serviço Agrícola Estrangeiro.
Esperava-se que o consumo de biodiesel totalizasse 420 milhões de litros em 2023, mantendo-se no mesmo nível do ano anterior, mas significativamente superior aos 398 milhões de litros registrados em 2021.
O USDA atribui esse aumento principalmente à reativação econômica pós-pandemia da COVID.
Desafios na produção de biodiesel no Peru
O Peru utiliza óleo de palma bruto (CPO) na produção de biodiesel. No entanto, há um desafio: o biodiesel solidifica em temperaturas baixas, obstruindo filtros de combustível e causando danos aos motores. A PetroPeru alerta sobre esse problema, limitando a taxa de mistura em B5. Não houve avanço na produção de diesel renovável (HDRD) para superar essa restrição, informa o USDA.
O Peru alcançou a exigência da taxa de mistura B5 em 2012.
Em relação às importações de biodiesel, espera-se que atinjam 190 milhões de litros, aproximadamente o mesmo nível do ano anterior, de acordo com o relatório.
As importações peruanas de biodiesel abrangem códigos 3826.00 (misturas B30 a B100) e 2710.20 (óleos de petróleo com 1% a 30% de biodiesel). Esses produtos entram no Peru com isenção de impostos.
Os produtos importados sob o código 2710.20, todos provenientes dos EUA, contêm 10% de biodiesel, conforme destacado no relatório.
O USDA esclarece que, se for usado biodiesel de óleo de soja, comum nos EUA, terá melhor desempenho em baixas temperaturas do que o biodiesel à base de CPO. Isso ocorre devido à menor concentração de ácidos graxos na matéria-prima.
Atualmente, não há pesquisa em andamento sobre biocombustíveis avançados no Peru, conforme indicado no relatório.
“Também não existe política vigente para apoiar a pesquisa de biocombustíveis avançados. A FAS Lima não tem conhecimento de nenhum anúncio feito pelas companhias aéreas peruanas sobre o uso de biocombustíveis avançados em suas operações”, afirma o USDA.
Fonte: Oils & Fats International