A Indonésia, maior exportadora de óleo de palma, lançará a bolsa de futuros de óleo de palma bruto (CPO) na sexta-feira. No entanto, o principal órgão regulador informou à Reuters que a negociação por meio da bolsa não será obrigatória.
As autoridades do sudeste asiático planejaram tornar obrigatório que todas as exportações de CPO passassem pela bolsa. O objetivo era impulsionar os preços globais do óleo de palma. Isso também visava criar referências semelhantes às de Kuala Lumpur e Roterdã.
“Espera-se que essa bolsa de futuros crie a referência de preços de CPO para a Indonésia. Isso nos permitirá obter dados. E, assim, desenvolver políticas setoriais”, afirmou Didid Noordiatmoko, líder do regulador BAPPEBTI, em entrevista por telefone.
Didid afirmou que a Bolsa de Commodity e Derivativos da Indonésia (ICDX) apontou-se como a bolsa, e ela cotará as transações na moeda rupia.
A Associação de Óleo de Palma da Indonésia e analistas mostraram-se pouco entusiasmados com a introdução da bolsa.
Indonésia lança bolsa de futuros de óleo de palma com participação voluntária
O diretor da Associação de Óleo de Palma da Indonésia (GAPKI) disse que, desde que não fosse obrigatória, a bolsa de futuros não seria um problema. Eddy Martono disse: “Entretanto, seria interessante se pudéssemos usá-la para hedging.”
Atualmente, a maioria dos exportadores de óleo de palma da Indonésia realiza vendas diretamente com os compradores sem passar por uma bolsa, enquanto os leilões realizados pela trading estatal KPB Nusantara oferecem apenas óleo de palma físico e não contratos futuros.
Embora 12 empresas tenham sido listadas na bolsa, Didid disse que a instituição pode não ver nenhuma transação imediatamente após o lançamento, acrescentando que o treinamento será realizado posteriormente.
“O lançamento pela Indonésia de sua bolsa de futuros de CPO pode não ter uma importância significativa, pelo menos no curto prazo. Em primeiro lugar, a participação será voluntária, em contraste com as conversas anteriores sobre a obrigatoriedade para os exportadores e, em segundo lugar, a denominação será em rupias indonésias e não em dólares americanos”, disse Anilkumar Bagani, chefe de pesquisa do Sunvin Group India.
Fonte: Dewi Kurniawati | Notícias Agrícolas