O preparo para o plantio de soja nas principais regiões produtoras do Brasil estão à mercê do clima, segundo o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Enquanto em alguns estados as condições têm colaborado, em outros, as variações climáticas têm sido uma barreira para o agricultor.
Em Mato Grosso, as chuvas têm favorecido o plantio, especialmente em áreas de solo arenoso. No entanto, regiões do Sul, Sudeste e Nordeste do estado ainda enfrentam um ritmo mais lento devido à falta ou grande irregularidade das chuvas. É um cenário que demanda atenção, uma vez que Mato Grosso é um dos maiores produtores de soja do país.
Em Goiás, o cenário é de cautela. A semeadura teve início, mas em um ritmo mais lento que a média. A concentração das atividades tem ocorrido predominantemente em áreas irrigadas, um reflexo da necessidade de manejar recursos hídricos de forma mais eficiente.
Desafios e avanços no plantio de grãos: Um panorama pelos estados brasileiros
Mato Grosso do Sul, por sua vez, enfrenta irregularidades e baixo volume de chuvas, fatores que têm dificultado não só o plantio mas também a germinação e o desenvolvimento inicial das plantas.
Contrastando com os estados do Centro-Oeste, o Paraná vive uma situação um pouco mais complicada. Regiões do estado viram o plantio interrompido devido às chuvas excessivas, mas ainda assim, o plantio avançou, alcançando 20% da área prevista para a semeadura. Apesar dos contratempos, os produtores vêm ajustando seus cronogramas para driblar as condições adversas.
Em Minas Gerais, com o término do vazio sanitário, as operações de plantio iniciaram. Mas devido à irregularidade das chuvas, os primeiros avanços ocorrem nas lavouras irrigadas.
O mesmo vale para o Rio Grande do Sul, onde as primeiras lavouras também estão sendo implantadas após o término do vazio sanitário, com a maior parte das áreas em preparação para receber as sementes, as chuvas excessivas é o maior desafio nos próximos dias.
Já em relação ao avanço da semeadura, o boletim mostra que no agregado dos 12 estados monitorados, o cenário é de quase equilíbrio: 10.1% da área foi semeada, próximo aos 11.0% da safra 2022 e um avanço em relação aos 4.1% da semana anterior.
Mato Grosso, o maior produtor de soja do país, registra um avanço na semeadura, saindo de 5,2% na semana anterior para 19,1%. No entanto, esse número é inferior aos 22,3% registrados no mesmo período da safra 2022/23, mostrando que o estado está atrasado neste ciclo.
Acompanhando este cenário, Mato Grosso do Sul também mostra um atraso. Com 8,0% do plantio realizado até o dia 7 de outubro, o estado está atrás dos 17,0% registrados no mesmo período do ano passado. Isso se deve, em parte, às dificuldades climáticas que têm afetado o plantio e o desenvolvimento das plantas.
Análise comparativa do progresso no Brasil
O estado de Goiás registra 5,0% da área semeada, o que está alinhado com o percentual de 5,0% da safra anterior para o mesmo período. Em Minas Gerais, o número mais recente é de apenas 0,4%, menor que os 2,5% do ano passado, sinalizando um atraso nas operações.
São Paulo surpreende com um salto de zero para 15,0%, uma variação que chama a atenção. Este número está significativamente à frente dos 5,0% registrados na Safra 2022/23.
No Paraná, a semeadura está em 20,0%, frente aos 15,0% do mesmo período na safra passada e em comparação aos 16,0% registrados na semana anterior, o que também indica um avanço.
Em Santa Catarina, o cenário é de atraso, com 6,0% da área plantada em contraste com os 16,7% do mesmo período na safra anterior.
Na Bahia, o percentual de semeadura ficou em 2,0%, mantendo-se no mesmo nível do índice registrado na Safra 2022/23.
Fonte: Seane Lennon | Agrolink